Período de adaptação para todos: residentes, rede sociofamiliar e colaboradores.

A relação moradia e envelhecimento vem ganhando força frente às necessidades que se impõem em nossa sociedade ainda tão despreparada em temas variados no que diz respeito às vidas das pessoas mais velhas. Assim, moradia coletiva e assistida, por exemplo em Instituições de Longa Permanência para Idosos/ILPI, vem recebendo alguma atenção. Contudo, um aspecto fundamental e pouco tratado é o processo de adaptação e o período de experiência organizados para uma pessoa idosa que passa a ser residente em ILPI. Como se dá este processo? Estamos atentos e preparados?

A chegada numa ILPI representa tanta coisa, pode ser símbolo de tantas outras e em geral, é entendida como possível perda de autonomia e de independência: para quem vai morar ali, para as redes sociofamiliares, para os profissionais de cuidado que prestam serviços para aquela pessoa, para a equipe da ILPI, para os já residentes, seus amigos e familiares. Quando um novo morador chega à uma ILPI, tudo muda, para todo mundo. Uma vida inteira está chegando com sua história pessoal e familiar, seus hábitos, necessidades e desejos.

Este primeiro momento é ímpar, pode ser chave para o restante da experiência na ILPI. Todo dia é um novo dia para todos em todos os lugares, mas esse momento de entrada numa ILPI é sem dúvida, um momento de virada para muitos e deve ser observado com muito cuidado.

Assim, fica o convite para refletirmos sobre o tema.

Texto:
Christine Abdalla
Gestora de ILPI e Associada SBGG-RJ